Crianças e jovens com um desenvolvimento psicológico mais saudável só traz vantagens!

Como e porquê desenvolver a criatividade da criança?

By Antonio Valentim • June 28, 2012 • Filed in: Desenvolvimento Intelectual

Uma criança nasce com um potencial criativo enorme. Todos os seus sentidos se encontram em constante alerta para captar os sons, os ritmos, as formas, as cores, os cheiros, os movimentos. Até no útero o bebé já está receptivo à interacção, ao brincar. É uma tendência natural para alimentar e construir uma futura relação. A criança ainda sem nenhum ensinamento sente ou já “sabe” que precisa de se relacionar e não apenas por uma questão de sobrevivência, mas para proporcionar um sentido à sua existência.

Muitos pais por desconhecimento ou por receio não ajudam a criança a desenvolver este potencial criativo natural que conduz a futuros relacionamentos saudáveis. Outros ainda, com boas intenções, pensam ser útil “encher” a cabeça da criança com princípios morais, com belos discursos, para no final, na vida real, não agirem em conformidade com esses mesmos princípios. A criança é muito mais sensível ao que vê do que aos belos discursos que acabam, no final, por se revelarem irreais, hipócritas e que acabam por a perverter. Quem é que não conhece alguém, com capacidade intelectual, com talento, com um certo conforto financeiro, independentemente do estatuto socioprofissional, que tenha muita dificuldade, ou que até seja incapaz de descrever as suas emoções, em se relacionar saudavelmente, em resolver os conflitos, em desfrutar a vida sem se prejudicar a si ou aos outros ou ainda cheio de vazios, de artifícios que fomentem tantos mal-estares?

Como se pode então ajudar a criança a desenvolver essa capacidade criativa inerente? A capacidade de criar surge num contexto de apoio a partir das experiências que a criança vai tendo com os objectos, com as pessoas e com os acontecimentos reais (por exemplo, o faz-de-conta, o desenhar, o pintar, o efectuar reproduções, o observar, os passeios).

De uma forma geral, é suficiente dar atenção à criança nas suas brincadeiras, nas suas actividades e observar o que ela gosta mais, onde é que ela está mais à vontade e apoiá-la nisso. Por que não, quando a criança mostra alguma coisa que acabou de fazer demonstrar-lhe interesse pelos pormenores do seu trabalho, do seu resultado ou do seu desempenho? Pedir-lhe para ela dizer o que sente por o ter concretizado, ajudá-la a verbalizar as suas emoções (orgulho, desagrado, satisfação, revolta, etc…), a expressar as dificuldades que ela possa ter enfrentado ou outras perguntas consoante a actividade, a obra realizada, sem emitir juízos de valores.

Em certos casos, e não são poucos, há crianças que depois de terem escolhido uma determinada actividade desgostam-se da mesma, perdem o interesse por ela. Não obrigue a criança a manter essa actividade porque ela precisa de experimentar outras mais, desenvolver outras capacidades para que descubra, por ela própria, aquela que lhe agrada mais. Aconselha-se sim, antes de envolver ou de inscrever a criança noutra actividade tentar levá-la a se esforçar a continuar a praticar a anterior, dizendo-lhe, por exemplo, que para se alcançar um nível interessante seja qual for a actividade, é necessário esforçar-se, aceitar os constrangimentos, que são de facto, desagradáveis mas que o talento precisa de ser trabalhado e de ser fortalecido praticando-o. Não para ser a melhor mas para se valorizar pessoalmente como única que é. Ou seja tentar fazê-la compreender de que tem de se esforçar mas sempre sem a obrigar.

Outro ponto, a meu ver, relevante. Muitas vezes nas consultas recebo pais que pensam que passar tempo com uma criança é brincar com ela e até o fazem com gosto. Tudo bem! Contudo, o mais importante é também planear com a criança momentos onde seja ela a escolher qual a brincadeira que quer ter com o adulto, e evitando impô-la à criança. Esta liberdade de escolha ajuda-a a estimular a criatividade. É também aconselhável, antes de começar a brincadeira ou o jogo definir bem quanto tempo vai durar para que ela não fique desapontada quando o adulto disser que acabou. Convém até, uns minutos antes, avisá-la que a brincadeira está quase a chegar ao fim.

Muitos factores podem concorrer para o desenvolvimento da criatividade da criança. Os pais que não têm vontade, nem paciência, para brincar com os filhos não devem sentir-se constrangidos. Não é por isso que deixam de ser bons pais.

Estimular a criatividade da criança pode também acontecer através de um simples passeio, uma dança ou ouvir em conjunto uma música que se gosta, desfrutando, partilhando estas emoções e dando-lhes nomes. Por exemplo, ao passear à beira mar pode-se chamar a atenção da criança para a cor do mar, para a forma das nuvens que se vêem no céu, para o reflexo do sol no mar, para a sensação do vento que afaga a pele ou para o cheiro da chuva em contacto com o chão. Descrever estas observações à criança convida-a a pensar, leva-a a reflectir.

A percepção através dos sentidos, quer sejam o olfacto, a visão, o tacto ou mesmo pela percepção do movimento dos membros e o poder expressar-se, vai alimentar o pensamento e, forçosamente, a criatividade. Quanto mais se recorrer a estas formas de interagir com uma criança melhor. São experiências saudáveis em contacto com os pensamentos, com o mundo das ideias, dos sentidos e da natureza, que não envolvem quantias monetárias, que ao acumularem-se vão enriquecendo a memória e a inspiração, criam laços infindáveis, que permitem brotar quase espontaneamente os valores humanos que solidificam a respeitabilidade parental e por incrível que pareça a autoridade destes sobre a criança, sem que tenha de ser imposta.

Em suma, o desenvolvimento da criatividade na criança permite canalizar a energia agressiva inata dela, fundamental para a sua sobrevivência, para vias não violentas e não destrutivas. Não receie a criatividade nem a imaginação da criança, mas apoie-a de forma construtiva e todos acabam por desfrutar os seus benefícios! Uma criança que não demonstra nenhuma capacidade criativa será, provavelmente, insegura, que não se sente suficientemente protegida e, infalivelmente, com o decorrer do tempo acaba por prejudicar-se a si própria ou aos outros.
Aconselha-se a ler também, no mesmo site, os artigos intitulados:

– A importância de se estabelecer regras e limites à criança.

– Como incutir na criança o gosto pelo esforço?

– Como dar atenção à criança mesmo com pouco tempo disponível?

– Como valorizar uma criança para que se sinta aceite, compreendida e respeitada

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