3) Muitos pais educam os filhos como eles próprios foram educados. Nos dias de hoje, como é que se explica que certos pais que foram educados com autoridade, e que os mais velhos certamente se recordam, acabam por educar os filhos, sem lhes impor a mesma rigidez de princípios de que foram alvo?
Para quem foi educado com abuso de autoridade, enquanto criança/jovem, diria até com uma certa tirania por parte de certos adultos, vai recear aplicar este método aos seus filhos porque não quer fazê-los sofrer como eles sofreram.
Na verdade, para se sentir à vontade com a autoridade, com o estabelecer limites, é preciso ter vivido, na sua própria infância, com os mesmos preceitos sem grandes problemas nem complexos associados. E este não estar à vontade com os limites é bem captado pelas crianças/jovens. Ora como as crianças/jovens, e sem que os pais se apercebam de tal, captam com extraordinária facilidade a mensagem de insegurança dos progenitores destabiliza-os ainda mais. É necessário que isso não aconteça pois as crianças/jovens precisam de crescer com adultos que se sintam confiantes. Tanto as crianças como os jovens têm de sentir mesmo que um pai está seguro naquilo que diz ou pretende impor. O “sentir” transmite uma mensagem muito mais poderosa do que as próprias palavras. É neste sentido, que é essencial que os pais saibam qual é a importância dos limites na construção psicológica da criança e, sobretudo, como os aplicar adequadamente, para que também eles próprios se sintam mais confiantes, independentemente da educação que possam ter tido.
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