8) Será que a família é algo tão sagrado, tão estanque, que tudo o que diz respeito à educação dos filhos cabe só a ela decidir?
Existe ainda aquela classe de pais, que ao abrigo da ideia de que a família é algo de sagrado, de privado, que pensam que tudo o que diz respeito à educação dos filhos cabe só a eles decidir. Esta linha de pensamento e de conduta, incluindo ou não todos aqueles pais que recorrem ainda aos castigos físicos, às palmadas e/ou às humiliações como forma de educar é tida como normal, é para o bem da criança. Com esta “aparente normalidade” e com este “secretismo” acaba por se estar a cometer uma injustiça à criança, porque o desconhecimento da forma de como interagir com ela, como relacionar-se com ela, vai constituir um impedimento para tenha um desenvolvimento psicológico saudável. Já Victor Hugo, na sua obra “Os Miseráveis”, denunciava a falta de senso daqueles que não sabiam ver a injustiça que se podia estar a cometer, porque só queriam ver serem aplicados os castigos e as obrigações fosse de que forma fosse.
É na tentativa de se encontrar este meio-termo entre os maus-tratos e o permitir que a criança/jovem faça tudo o que quer, e sempre procurando respeitar a individualidade de cada um, que os pais podem ser apoiados para que possam sentir-se mais seguros e satisfeitos na sua tarefa e sempre sem os culpabilizar.
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