Crianças e jovens com um desenvolvimento psicológico mais saudável só traz vantagens!

O meu filho adia sempre o que tem para fazer! Mas que “mania” essa…

By Antonio Valentim • January 28, 2014 • Filed in: Encarregados de Educação, Para um Equilíbrio Psicológico

Há muitas crianças e jovens que preferem estar sempre a adiar o que pretendem fazer. O que é desagradável deixa-se para mais tarde. Alega-se que ainda há tempo e prolonga-se Para mais tardeassim a frustração. Encontra-se sempre algo de mais importante para se fazer, ou mais fácil, ou mais divertido. O tempo vai passando e o estresse aumenta, carregando a ideia de não ter ainda feito o que devia. Em vez de manter o pensamento alegando um problema cultural, o que também se observa em muitos adultos, será mais conveniente obter uma visão diferente que ajuda a ultrapassar este problema.

Já no século XVII, o poeta francês Jean de La Fontaine notório pelas suas fábulas como a da “A lebre e a tartaruga”, descreve esta forma de adiar sempre para mais tarde como um mau fruto de indecisão. Uma sensação confusa que mistura frustração, angústia e o A lebre e a tartarugasentimento de pretender controlar tudo. Na nossa época, ainda é um tema negligenciado que pode ter as suas consequências devastadoras. Por exemplo, na idade adulta poderá ter problemas com os prazos, ter conflitos com os parceiros, com os colegas, passar ao lado de oportunidades da vida, não evoluir tanto como poderia e outros ainda, sem abordar as dificuldades do dia a dia da criança/jovem. Tudo isto não tem que ser uma fatalidade! Atualmente é algo que se pode superar e mais ainda nas crianças/jovens!

O que é que se sabe hoje subjacente a este constante adiamento? Certamente que as causas são multiplicas, entre elas, níveis baixos de autoconfiança, de autoestima e de autonomia (Veja também a carência dalgumas necessidades psicológicas nos links de artigos mais abaixo). Adiar o que não se gosta para mais tarde implica ter pouca confiança no futuro. Prefere-se usufruir o presente. Quem não está disposto a prescindir de uma situação agradável para a deixar para mais tarde, é porque provavelmente, encara o futuro como algo de duvidoso, de inseguro ou de “ameaçador”. Ou ainda, desde muito cedo, não teve acesso suficiente à necessidade de autonomia. Desenvolveu um hábito de decidir, de agir, pondo Medoo do fracassotudo para mais tarde para ter a sensação de ser ele a controlar a situação. Dito de uma outra forma: “não me obriguem a fazê-lo, só o faço quando tiver vontade!”

Possivelmente, outro ponto implícito é o medo do fracasso. Quem receia fracassar prefere repor para o futuro. É como se dissesse: “a melhor maneira de não fracassar é o de não fazer”. Inconscientemente, para escapar a um sentimento desagradável, para proteger tanto a sua imagem como evitar as prováveis críticas e avaliações dos outros escolhe colocar para mais tarde para proceder o melhor possível. Aqui é como se dissesse: “é melhor não o fazer do que fazer mal”. Torna-se exigente e demasiado perfecionista. Pensa-se e repensa-se no assunto para parecer o excelente. Mas com que custo?

Muitas vezes nestas crianças/jovens, o que se observa na prática clínica são hábitos familiares geracionais em lidaram com as crianças/jovens com imposições, com obrigações e com obediência cega, não hesitando ao recurso de intimidações, de ameaças de abandono, aberta ou subtilmente, para conseguir dominá-los. Porém para uma criança, o pensar que os pais a podem abandonar é devastador para ela, ou seja, ser abandonada pelos pais equivale à morte. Este temor pode iniciar-se muito cedo a partir dos 6/7 meses de idade. É quando a criança se reconhece como indivíduo separado dos pais, completamente vulnerável, dependente e à mercê dos pais para sobreviver. 

Na sequência desta forma de lidar com a criança/jovem, ele pode isolar-se, refugiar-se no imaginário. A sua forma de sempre adiar para mais tarde torna-se como um refúgio a um “amigo imaginário” que lhe recorda 2incessantemente o que tem ainda para fazer. Assim, o não fazer, permite esta presença do amigo imaginário. Mesmo que seja apenas uma aparência fictícia ela compensa a sua necessidade de estar ligado a algo. Desta maneira, substitui-se a ausência de um adulto próximo com quem deveria sentir-se verdadeiramente à vontade e permite a sensação de ter um “amigo” que pensa nela.

Com o decorrer do tempo, estas crianças/jovens sofrem de um estresse acumulado importante, de um défice de motivação. Em vez de se colocarem a fazer as coisas, eles acabam por pensar tanto sobre o assunto que se “afogam” nele. As suas iniciativas permanecem bloqueadas. Tornam-se impotentes para se organizarem, para hierarquizarem as prioridades e para executarem coisas simples. Não é nenhum problema de vontade, de coragem, de preguiça, de concentração ou de inteligência. Eles até são inteligentes, com grande capacidade de observação e detêm um imenso potencial de reflexão que não está a ser aproveitado a favor deles.

Se como parente conhecer ou estiver a viver uma situação dessas não critique a criança/jovem, não lhe chame de preguiçoso, nem o castigue e não é uma “mania” hereditária, também não baixe os braços mas peça apoio porque é algo que se pode remediar. Para não o alarmar não é, de forma alguma, uma doença mas é uma perturbação do comportamento complexo muito mais frequente do que se pensa. Nos casos mais graves e crónicos (com um nome mais técnico – procrastinação) pode levar à autopunição ligado a emoções desagradáveis demasiado reprimidas ou mal geridas (como o medo, a vergonha, a culpa, a tristeza,…).

Aconselha-se a ler também, no mesmo site, os artigos intitulados:

Como dar atenção à criança mesmo com pouco tempo disponível?

Como valorizar uma criança para que se sinta aceite, compreendida e respeitada

A importância de se estabelecer regras e limites à criança.

A frustração da criança e do jovem é uma dor de cabeça para os pais!

 

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Comments

Grande amigo Antonio,
Como personal trainer e instrutor de artes amrciais este artigo e muito util pois ajuda-me a compreender porque e que muitos dos meus clientes e alunos adiam ou encontram razoes para nao virem ou desistirem das aulas. Ajuda-me a ter uma visao mais profunda das necessidades deles e de que forma eu posso ajuda-los.
Obrigado mais uma vez pela partilha amigo!
Ate breve…

 

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